À descoberta de Afonso Vilela
Foi rosto de muitas campanhas de publicidade e os seus dotes culinários deram-se a conhecer com o programa Masterchef. Esse foco na cozinha levou-o a abraçar iniciativas solidárias e um novo projecto de restauração em Braga. Para além disso, arranja tempo para ser o rosto do programa “À descoberta…” no Porto Canal, onde junta o que mais gosta desporto, aventura, natureza, ar livre, história e claro, gastronomia…
– Depois da moda, da cozinha, a que se dedica o Afonso Vilela nos dias de hoje? Fala um pouco de ti…

O Afonso :), continua na moda, na cozinha ..e por aí fora. Claro está que nos tempos que correm, moda praticamente desapareceu, eventos idem. Continuam a surgir alguns trabalhos de publicidade, mais direccionados para web, e a cozinha está a ser o meu grande foco, paralelamente com o novo programa. Depois de meses a cozinhar para instituições de solidariedade, abracei um novo projecto em Braga, de adaptação de um espaço para restauração, continuo a trabalhar nas cozinhas solidárias sempre que é necessário e estou de corpo e alma no novo projecto para o Porto canal. E sempre a puxar pela cabeça de forma a criar novos projectos que permitam continuar a trabalhar sem nunca baixar os braços. Nestes tempos, temos que ser especialmente pro-activos.
– Ao vermos o programa à Descoberta manténs a tua empatia e sentimos que estás em “casa”… é um programa que te completa?
Temos desporto, aventura, natureza, ar livre, história e claro gastronomia…

É um programa criado à “minha medida” , com tudo o que mais gosto. É óbvio que estou “em casa”. Faz parte de um projecto antigo, com mais de 10 anos, que só agora viu a luz do dia. Foi preciso uma pandemia para que as pessoas se disponibilizassem a apreciar a beleza que nos rodeia.
– Qual a mensagem que gostarias de transmitir às pessoas no final dos programas? O que se pretende?
Gostava de poder partilhar tudo o que sinto acerca do nosso país, tudo o que tenho vindo a conhecer ao longo dos anos , através dos meus trabalhos e visitas. pretendo mostrar o nosso país mais a fundo, as paisagens e os lugares fantásticos, uma história e gastronomia únicas. Apesar de já ter “rodado” uma boa parte do mundo, sempre disse que o meu destino ideal de férias era Portugal, e pretendo mostrar porquê.

– Sentes que o programa pode mostrar níveis de acessibilidade a quem visita essas regiões?
Claro que sim. Tudo é relativamente perto, no nosso país. E o desporto natureza-aventura pode e deve ser feito à medida de cada um. Por vezes é mais caro jantar fora, ou ir ao cinema. Uma visita a estes locais, decerto proporcionará uma experiência que fica na memória e bastante melhor do que ficar a fazer “scroll” no sofá.

– Alguns dos locais descobriste pela primeira vez com este programa? Se sim, qual.
Alguns sim, como é o caso da Murtosa , outros fiquei a conhecer ainda melhor. Vi lugares “ao lado de casa”, que nem sonhava existirem, como em Vila do Conde. É incrível tudo o que temos, por vezes muito perto de nós.
– Como te preparas? Lês algum livro sobre a região?
Regra geral, vou ao Google, outras vezes já conheço e faço questão de os mostrar e por vezes os próprios “agentes municipais” passam-nos alguma informação privilegiada, como em Arcos (de Valdevez), em que me deram um livro fantástico acerca do município, que devorei em poucas horas…
– A leitura está presente na tua vida?

Sempre e cada vez mais. O excesso de informação superficial einstantânea, que nos é diariamente bombardeada pelos telemóveis, redes sociais e afins, tem que ser contrabalançado com algum exercício mental. A leitura é essencial, caso contrário algumas partes do cérebro podem deixar de funcionar.
– Livros de vida?
São tantos…, “O Admirável Mundo Novo” (Aldous Huxley), “De profundis” (Oscar Wilde), “O marinheiro que perdeu as graças do mar” (Yukio Mishima), a obra completa da Agustina ( Bessa-Luís), é difícil, são muitos e estão sempre a aparecer novos.
– Livros de cabeceira?
Talvez uns dos últimos que li, “Naufrágio de civilizações” (Amin Maalouf), ou a “Europa à deriva” (Slavoj Zizek), que nos permitem alguma reflexão acerca dos tempos que correm.
– Como achas que conseguimos tornar a leitura mais acessível?
Para começar, temos que ler, somente com o exemplo, conseguimos mostrar aos outros, em especial aos mais jovens . Oferecer os livros que mais gostamos, às pessoas que achamos que vão gostar tanto deles como nós.
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